O que é Compliance antidiscriminatório?

Em diversos aspectos, podemos considerar a pauta sobre diversidade e inclusão como uma forte tendência no Brasil e no mundo. Por isso, é necessário conhecer mais sobre o assunto e entender como o Compliance pode ser um agente de transformação.

O Compliance é essencial para garantir que os valores inseridos no Código de Ética das organizações sejam devidamente aplicados, “fazendo cumprir” as regras internas para que as ações dos funcionários, de todos os níveis hierárquicos, estejam em conformidade com as legislações e com as diretrizes da empresa. 

O Compliance Antidiscriminatório, portanto, é a linha do Compliance abrange os processos de analisar, detectar, mitigar e prevenir todo e qualquer episódio negativo que envolva diversidade racial, orientação sexual e de gênero, classes sociais, etc.

Nesse sentido, é importante ressaltar que não é mais aceitável pela sociedade que o representante de uma marca tenha uma postura distinta no dia a dia com seus parceiros, familiares, amigos e, principalmente, pelo grupo de pessoas que o apoia em sua rotina pessoal diária. A conformidade ética precisa ser completa, não distinguindo como um funcionário age dentro e fora da empresa.

Quando o termo começou a ganhar mais relevância?

Nos últimos anos, acompanhamos episódios midiáticos em torno de assédios sexuais em transportes públicos, bem como situações contraditórias dentro de empresas que, em suas comunicações, prezavam por uma cultura ética, mas que na realidade não era bem assim. 

Além desses, outros acontecimentos relacionados à falta de respeito e inclusão também representam a necessidade de um olhar mais cuidadoso para o tema.

Atualmente, podemos ver não apenas nas ruas, mas também nas redes sociais, alguns movimentos que ganharam força, como é o caso do Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), contra crimes e preconceito com pessoas negras. 

Esse tipo de movimentação social, gera uma pressão por mudanças. Neste cenário, a diversidade e inclusão surgiu como forte demanda na ONU (Organização das Nações Unidas), mais especificamente no Fórum Econômico Mundial e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Qual a relação da inclusão e diversidade com a reputação de uma empresa?

A preocupação com a reputação tem mobilizado empresas de todos os portes e em todas as partes do mundo.

Ao analisarmos os pilares da ESG (Environmental, Social and Corporate Governance — Governança Ambiental, Social e Corporativa), identificamos pontos de atenção para o meio empresarial, já que um impacto negativo na reputação de uma instituição pode gerar quebras de negócios e a inviabilidade de novas parcerias.

Quando falamos em diversidade, é importante ressaltarmos que a referência é feita com base em um conjunto de características que definem cada indivíduo. Já quando falamos em inclusão, agregamos o respeito e a valorização dessas características individuais e únicas, considerando alguns gatilhos de partida individuais, bem como suas histórias, crenças e experiências de vida.

Nas organizações, a diversidade e inclusão precisam corresponder a um princípio estabelecido em seus valores e cultura, possibilitando enxergar as diferenças como vantagens para o todo, pois a diversidade vai muito além da contratação de pessoas com diferentes origens, gêneros, orientações sexuais, deficiências e idades.

Como as empresas podem agir e ir além do discurso?

Para ir além de um discurso bem elaborado, é preciso trabalhar na educação dos funcionários, os capacitando para que possam compreender e atuar conforme as crenças e dilemas morais do dia a dia, tendo como referência os fundamentos do Código de Ética. Assim, os profissionais poderão atuar com maior assertividade diante de diversas situações, refletindo na imagem da organização a qual eles fazem parte.

A disseminação da consciência ética e moral para a promoção de uma cultura de integridade é mais do que necessária para que todos tenham ciência e garantam a aplicação das regras e condutas da organização.

Além de investir em treinamento, é preciso seguir com a adoção de políticas, revisão de processos e procedimentos, estabelecendo regras por meio de normas e contratos. Essas ações vão assegurar a integridade no comportamento de todos aqueles que, direta ou indiretamente, se relacionam com o negócio.

Todas as iniciativas citadas são válidas e necessárias, mas se concentram no controle e delimitação da conduta humana. Para que as mudanças ocorram de fato, é importante trabalharmos no desenvolvimento de uma nova consciência de integridade, é algo que deve acontecer de dentro para fora. Primeiro vem a consciência e, a partir dela, as atitudes.

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